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EDITORIAL: Da Revolução do Concreto à evolução no conceito
Brasília Capital da República, Patrimônio Cultural da Humanidade que em 2010 completa 50 anos de existência, Parabéns. Parabéns por ter sobrevivido! Cidade concebida para ser um centro de excelência, efervecência e inovação, comemorará seu aniversário exaurida, extenuada e vilipendiada. Vilipendiada na plenitude de sua proposta, destituida primeiramente pela ditadura da forma, e depois reduzida a cidade hospedeira de governos em desgoverno, Brasília cansou!. Cansou da nostalgia de poucos, que ainda com ferrenha bravura, se lembram saudosos dos sonhos de quem a concebeu... Cansou do desrespeito e do atropelo no trato....! Cansou das propostas paliativas, cosméticas e estéticas feitas ao sabor das oportunidades e oportunismos do momento. Infelizmente esta Brasília, cidade com personalidade e diversidade, poesia em verso e prosa, visão de espaços e horizontes infinitos, é sobrepujada pela Brasília hospedeira da República, exposta as ignonímias infelizmente já inerentes à coisa pública! Ansiamos por um novo pacto de governança e governabilidade em 2010 que façam jus à Brasília Capital Cultural da República!. Cultura esta que existe, sobrevive, realiza, inova, emociona, e rompe fronteirasapesar da absoluta falta de apoio, estrutura e, principalmente, respeito por parte do Estado. Brasília hoje, na visão de alguns poucos, é considerada um "museu a céu aberto". Para os outros muitos, ao final de sua recente trajetória de 50 anos, ela é considerada um "museu ferido, com as vísceras expostas",desrespeitada em sua matéria e memória, onde não existem políticas de preservação e manutenção para os tesouros que fizeram dela a primeira cidade moderna a receber o título de Patrimônio Cultural da Humanidade!. Esta, brasilienses, é realmente a triste realidade que pode ser observada a céu aberto. Basta uma visita ao Teatro Nacional Claudio Santoro, Panteão da República, Cine Brasília, Acervo Athos Bulcão, Museu da Memória Candanga, Teatro Dulcina, dentre tantos outros.... Neste "museu a céu aberto" vejo umacidade enferma, carente de mudanças e de ressignificar conceitos como preservação, desenvolvimento e promoção da sustentabilidade. Urge a necessidade de que despertemos para a capacidade de nos indignarmos e mobilizarmos para promover o reencontro da cidade com sua dignidade! Isto só será possível com Políticas de Estado que viabilizem sua preservação, bem como respeito à sua alma, encontrada nas confluências e convergências dos côncavos e convexos da diversidade de todas as cidades do DF, e construída através do sincretismo cultural de Brasileiros de todos os cantos e encantos, que em algum momento de sua história, ela acolheu.
Beatriz Salles Universidade de Brasília Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares Instituto de Artes Grupo de Produção Cultural Laboratório de Análise e Atuação, Ensino e Empreendimentos LAEM/MUS
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Centro de Estudos Avançados Muldisciplinares/CEAM Grupo de Produção Cultural/IdA-UnB
Um comentário:
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